Meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do tipo B.
O que é Meningite Meningocócica B?
A meningite meningocócica e uma infecção das membranas que recobrem o cérebro.
Ela é causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) e é mais grave quando atinge a corrente sanguínea, provocando meningococcemia, infecção generalizada.
De 1.500 a mais de 3 mil brasileiros são acometidos todos os anos. Pessoas não vacinadas de qualquer idade são vulneráveis, mas no Brasil a DM (doença meningocócica) é mais frequente entre crianças com até 5 anos.
Cinco tipos (sorogrupos) de meningococo causam a maioria dos casos de DM. São eles: A, B, C, W e Y. A importância de cada um varia conforme o país ou região, e também ao longo do tempo. O sorogrupo B é hoje o mais predominante entre crianças. Em todas as faixas etárias é o segundo, atrás do C e à frente do W e do Y. O tipo A não acontece mais no Brasil.
A vacinação é a principal forma de prevenção da doença meningocócica. As vacinas são seguras e eficazes (em média, mais de 95% dos vacinados ficam protegidos).
É importante a aplicação da vacina meningocócica B, recomendada para crianças a partir de 3 meses e para adolescentes.
O esquema varia de acordo com a idade de início da vacinação.
Esta vacina pode ser aplicada no mesmo momento em que a vacina meningocócica ACWY.
Crianças e adolescentes de qualquer idade que não tenham sido vacinados anteriormente também podem se proteger com as vacinas ACWY e B.
O número de casos em adultos não justifica a inclusão no calendário de rotina. Entretanto, a administração deve ser considerada em situações de risco epidemiológico, como surtos ou viagens para áreas onde a enfermidade é endêmica.
Transmissão
O meningococo é transmitido por meio de secreções respiratórias e da saliva, durante contato próximo ou demorado com o portador, especialmente entre pessoas que vivem na mesma casa.
Essa bactéria não é tão contagiosa como o vírus da gripe, por exemplo, e não há transmissão por contato casual ou breve, ou simplesmente por respirar o ar onde uma pessoa com a doença tenha estado.
Já os ambientes com aglomeração de pessoas oferecem maior risco de transmissão e contribuem para desencadear surtos.
A evolução da DM é muito rápida, com o surgimento abrupto de sintomas como febre alta e repentina, intensa dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos e, em alguns casos, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão mental.
A disseminação do meningococo pelos vasos sanguíneos pode produzir manchas vermelhas na pele (petéquias, equimoses) e até necroses que podem levar à amputação do membro acometido.
O risco de morte pela doença é alto: 10% a 20%, podendo chegar a 70%, se a infecção for generalizada (meningococcemia).
Entre os sobreviventes, cerca de 10% a 20% ficam com sequelas como surdez, cegueira, problemas neurológicos, membros amputados.
O tratamento é feito com antibióticos e outras medidas de preservação do equilíbrio do organismo, em Unidade de Terapia Intensiva isolada.
Principal forma de prevenção: Vacinação.
Faixa Etária
Para crianças a partir de 2 meses e adolescentes.
Para adultos e idosos com condições que aumentem o risco para a doença meningocócica ou de acordo com a situação epidemiológica.
Para viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença.
Pedido Médico
Não necessita.
Esquema Vacinal
As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam o uso rotineiro dessa vacina para crianças e adolescentes. Na impossibilidade de usar a vacina ACWY, deve-se utilizar a vacina meningocócica C conjugada.
Para crianças, a vacinação de rotina deve iniciar aos 3 meses de idade com duas doses no primeiro ano de vida (dependendo das recomendações das bulas) e reforços entre 12 e 15 meses, entre 5 e 6 anos e aos 11 anos de idade.
Para adolescentes que nunca receberam a vacina meningocócica conjugada ACWY, são recomendadas duas doses com intervalo de cinco anos.
Para adultos, dose única, a depender de risco epidemiológico ou condição de saúde.
Via de Aplicação
Exclusivamente pela via intramuscular profunda.
Efeitos e Eventos Adversos
Em 10% dos vacinados ocorrem: inchaço, endurecimento, dor e vermelhidão no local da aplicação, perda de apetite, irritabilidade, sonolência, dor de cabeça, febre, calafrios, cansaço, e dor muscular.
Entre 1% e 10% dos vacinados apresentam sintomas gastrintestinais (incluindo diarreia, vômito e náusea), hematoma grande no local da aplicação, erupções na pele e dor nas articulações.
As reações tendem a desaparecer em até 72 horas.
Irritabilidade, fadiga, dor e vermelhidão no local da aplicação.
Interação Entre Vacinas
Pode ser administrada com outras vacinas vivas ou inativadas.
Orientações
Compressas frias (temperatura ambiente) aliviam a reação no local da aplicação. Nunca realizar compressas quentes ou geladas.
Em casos mais intensos pode ser usada medicação para dor, sob prescrição médica.
Administração de paracetamol antes ou logo após a vacinação pode reduzir o risco de febre e não interfere na resposta imune à vacina.
Sintomas de eventos adversos persistentes, que se prolongam por mais de 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.
Pode ser aplicada no mesmo momento em que as vacinas meningocócicas ACWY ou C.
Contra indicação
Em caso de doença aguda com febre, a vacinação deve ser adiada até que ocorra a melhora.
Indivíduos com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina.