Em crianças, a catapora costuma ser benigna, mesmo assim causa bastante incômodo, como prurido (coceira) intensa, e a prática pode provocar feridas e desencadear infecção bacteriana.
Pneumonia e o comprometimento do sistema nervoso são outras complicações e podem levar à internação.
Em adolescentes e adultos o quadro costuma ser mais crítico e a quarentena é muito importante devido a alta transmissibilidade da doença.
A infecção, é causada pelo vírus Varicela zoster (da catapora), é altamente contagiosa e fácil de ser diagnosticada devido às erupções características na pele.
As erupções surgem como manchinhas vermelhas por todo o corpo, coçam e evoluem para vesículas (bolhas) até nas mucosas (boca e região genital), mas não ao mesmo tempo. Isso faz com que a pessoa apresente erupções em diversas fases: manchas, bolhas e crostas.
Também podem ocorrer febre, mal-estar, dor no corpo e na cabeça.
Quando a pessoa se infecta, esse vírus fica “adormecido” no organismo. Embora não vá mais causar catapora, poderá, no futuro, principalmente a partir dos 50 anos, provocar o herpes zoster, mais conhecido como cobreiro.
Doença é prevenida com vacina.
Transmissão
A catapora é transmitida pelo contato com saliva ou secreções respiratórias, lesões de pele e mucosas e objetos contaminados.
Como o vírus tem incubação relativamente longa (de 14 a 16 dias, podendo variar de 10 a 20 dias), pode-se fazer a vacinação pós-exposição até 72 horas após o primeiro contato com a pessoa doente. A infecção confere imunidade para toda a vida, e quem não teve a doença ou ainda não foi vacinado precisa receber duas doses da vacina para se proteger.
Faixa Etária
É recomendada de rotina para crianças a partir de 12 meses (excepcionalmente, em situações de surto, por exemplo, também para crianças menores, a partir de 9 meses).
Todas as crianças, adolescentes e adultos suscetíveis (que não tiveram catapora) devem ser vacinados.
Pedido Médico
Pessoas imunodeprimidas por medicamentos ou doenças devem ser avaliadas pelo seu médico para liberação desta vacina.
Esquema Vacinal
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza uma dose com 15 meses e a segunda dose aos 4 anos de idade.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina varicela: a primeira aos 12 meses e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da vacina SCR e, portanto, a vacina SCR-V pode ser usada nas duas doses.
Para crianças até 11 anos, o intervalo mínimo entre doses é de três meses. Já para adolescentes e adultos suscetíveis são indicadas duas doses com intervalo de um a dois meses.
Em situação de surto na comunidade ou na creche/escola, ou ainda quando há um caso de varicela dentro de casa, a vacina pode ser aplicada em bebês a partir de 9 meses — essa dose aplicada antes de 12 meses será desconsiderada. A criança deverá tomar as duas doses de rotina, aos 12 meses e entre 15 e 24 meses de idade.
Via de Aplicação
Subcutânea.
Efeitos e Eventos Adversos
Dor no local da aplicação, vermelhidão.
De 3% a 5% dos indivíduos apresentam exantema pelo corpo, semelhante às lesões causadas pela varicela, com duas a cinco lesões aparecendo entre cinco e 26 dias após a vacinação. Já as lesões que surgem duas ou mais semanas após a aplicação da vacina são indicativas da doença provocada pelo vírus varicela zoster que foi adquirido antes da vacinação e ficou incubado.
Interação Entre Vacinas
A vacina varicela pode ser administrada no mesmo dia que outras vacinas vivas atenuadas, caso isso não ocorra, o intervalo deve ser de 4 semanas.
Orientações
As crianças que usaram medicamentos imunossupressores podem ser vacinadas pelo menos um mês após a suspensão do tratamento, a critério médico.
Crianças em uso de quimioterapia para tratar o câncer só podem ser vacinadas três meses após a suspensão do tratamento, a critério médico.
Crianças que receberam transplante de medula óssea só podem ser vacinadas de 12 a 24 meses após o procedimento.
Compressas frias (temperatura ambiente) aliviam a reação no local da aplicação. Nunca realizar compressas quentes ou geladas.
Sintomas de eventos adversos persistentes, que se prolongam por mais de 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.
Contra indicação
Pessoas que tiveram anafilaxia causada por qualquer dos componentes da vacina ou após dose anterior.
Pessoas com deficiência do sistema imunológico, seja por doença ou tratamento imunossupressor, devem ser consultadas por um médico para a indicação, pois muitas vezes os danos causados pelo adoecimento são maiores que os riscos oferecidos pela vacina.
Em caso de doença aguda com febre, a vacinação deve ser adiada até que ocorra a melhora.